Análise da série The Walking Dead (6ª temporada)


Atenção! O texto a seguir contém spoilers da quinta temporada de The Walking Dead.

Aparecendo na série pela terceira vez, Morgan (Lennie James) mudou bastante desde a última vez que o vimos. Tendo passado um tempo com outro sobrevivente, fato retratado no quarto episódio, o personagem agora acredita que toda vida é preciosa e que toda pessoa pode mudar, por pior que ela seja. O irônico é que ele reencontra Rick (Andrew Lincoln) no exato momento em que o ex-policial mata Pete com um tiro. O problema de botar fé em alguém é que você nunca sabe o que realmente passa na cabeça do outro, principalmente quando o indivíduo está em um lado oposto ao seu. Isso é algo que Morgan ignora, mesmo todas as circunstâncias indicando que se o inimigo for solto ele causará ainda mais estragos. Em temporadas anteriores, The Walking Dead já mostrou que o grande perigo desse mundo não são os zumbis, mas os próprios seres humanos.

Com os trágicos eventos retratados no encerramento do quinto ano, os sobreviventes tentam retomar suas vidas. Os momentos de paz duram pouco, já que Rick e Morgan descobrem a existência de uma enorme quantidade de zumbis presos em uma pedreira localizada nas proximidades da comunidade. Isso provavelmente foi o que fez Alexandria resistir bem desde o início do apocalipse. Como o caminhão que estava bloqueando a passagem dos mortos-vivos está prestes a cair, Rick e seus companheiros passam a ensinar os moradores da comunidade a lidar com os zumbis. A única forma de garantir a segurança em Alexandria era deslocar a horda de mortos-vivos para o mais longe possível. O que eles não esperavam era que as habilidades do grupo seriam colocadas à prova antes do que foi inicialmente planejado.

Apresentando cenas do presente e do passado, o capítulo de estreia mostra como foi a preparação e todo processo de execução do plano, que exigia uma grande participação de pessoas, já que várias etapas precisavam ser concluídas para que os zumbis deixassem a região. Quando tudo parecia estar dando certo, uma buzina muito alta, vinda de Alexandria, começa a dispersar parte dos mortos-vivos. Sem saber o que estava acontecendo, a maioria dos sobreviventes tenta retornar para casa, mas nem todos obtêm êxito. Somente Daryl (Norman Reedus), Abraham (Michael Cudlitz) e Sasha (Sonequa Martin-Green) continuam com o deslocamento dos zumbis.

O que estava acontecendo em Alexandria era um ataque dos Lobos, grupo que foi introduzido na reta final da temporada passada. Os Lobos descobriram a comunidade depois de encontrar as fotos que Aaron utilizava para recrutar novas pessoas. Como os melhores soldados estavam do lado de fora, aquele realmente parecia um momento oportuno para a execução de um ataque. Mesmo não utilizando armas de fogo, os Lobos conseguem matar muitos dos moradores de Alexandria e suas ações produzem consequências futuras, vide a torre de vigia. Morgan e a sua nova filosofia de vida também geram impactos diretos nesse arco da história, o que faz ele ter um embate forte de ideias com Carol (Melissa McBride). Falando na Carol, a personagem ganha um grande destaque e passa por transformações no decorrer dos dezesseis episódios.

Apesar da situação delicada provocada pela invasão dos Lobos, o pior ainda estava por vir. No sexto episódio, quando Daryl, Abraham e Sasha estavam voltando para casa, um novo grupo inimigo surge na atração. Diferente dos Lobos, os Salvadores possuem um arsenal pesado e um forte instinto de dominação. Na segunda parte da temporada, entendemos melhor quem são essas pessoas e do que elas são capazes. Dando as caras pela primeira vez no capítulo final, Negan (Jeffrey Dean Morgan), o líder dos Salvadores, tem a melhor introdução de um antagonista na série até então. Extremamente debochado, o vilão pratica uma ação cujo resultado só saberemos no sétimo ano.

Uma luz de esperança aparece quando Rick e Daryl conhecem um homem chamado Jesus (Tom Payne). Embora o primeiro contato entre eles não tenha sido muito amistoso, Jesus leva alguns dos habitantes de Alexandria até Hilltop, outra comunidade existente na região. Como os dois locais apresentam problemas distintos, uma parceria para torná-los mais fortes pode acontecer, algo até então inédito no universo de The Walking Dead. No episódio final, alguns homens vestindo uma espécie de armadura de cavaleiro são vistos, o que indica que futuramente conheceremos novos sobreviventes.


Considerações finais
Entender o que a figura de Negan representava foi um desafio, já que todos os seus homens se auto intitulavam com o nome do antagonista. Quando o vilão finalmente deu as caras e praticou a sua primeira ação, o alvo de Lucille, o seu taco de beisebol com arame farpado, infelizmente não foi revelado. Os roteiristas trabalharam muito bem para criar um ótimo tom de mistério, mas o seu principal desdobramento ficou para a próxima temporada, o que é uma pena.

O sexto ano de The Walking Dead começa muito bem, mas alguns episódios da primeira parte da temporada deixaram a desejar, principalmente por apostar em estruturas narrativas pobres, cujo único propósito é tentar gerar alguma comoção no público, como o que acontece com Glenn (Steven Yeun) no terceiro capítulo. Felizmente os oito episódios finais não sofrem com esse problema e entregam acontecimentos mais convincentes e um melhor desenvolvimento dos personagens. Rick se torna o grande líder de Alexandria e Carol consolida a sua importância no grupo. Apesar dos altos e baixos, o saldo final é positivo.

Nota
★★★★☆ - 4 - Ótimo


Veja mais sobre o universo de The Walking Dead:
Conteúdo relacionado:

Análises da série The Walking Dead:

Análises dos jogos:

➜ Você pode ler análises de outras séries clicando aqui.
Herbert Viana

Criador e editor do Portal E7, Herbert é advogado, amante de games e séries. Gamertag/ID: "HerbertVFV". twitter

O que achou desta postagem? Encontrou algum erro? Compartilhe sua opinião!

Postar um comentário (0)
Postagem Anterior Próxima Postagem

Publicidade