Análise da série Mindhunter (1ª temporada)


Ambientada em 1977, Mindhunter retrata o surgimento dos primeiros estudos de psicologia forense no Federal Bureau of Investigation (FBI). Como prever quais serão os próximos passos de um assassino em série se os policiais não entendem como estas pessoas pensam? Para se ter ideia do contexto apresentado, nessa época, o termo serial killer ainda nem existia.

O agente Holden Ford (Jonathan Groff), professor na academia do FBI, decide estudar psicologia criminal contemporânea aplicada, na Universidade da Virgínia, em uma época em que o FBI desacreditava nesse tipo de informação científica. Holden passa a empregar em suas aulas parte do conteúdo por ele aprendido. Após lecionar uma aula em que criava uma situação simulada com reféns, o supervisor de Holden, Shepard (Cotter Smith), aconselha o agente a conversar com membros da unidade ciência comportamental do FBI.

Ao conhecer Bill Tench (Holt McCallany), Holden recebe um convite do agente para trabalhar com ele no projeto escola móvel, um programa do FBI que percorre todo os Estados Unidos ensinando técnicas de negociação para policiais locais. Em uma dessas viagens, a dupla consegue uma oportunidade de poder conversar com Ed Kemper (Cameron Britton), um famoso assassino em série. Como Bill não demonstra interesse em ir até o presídio, Holden conversa com Kamper sozinho.

Fascinado com a experiência, Holdem convence Bill a seguir adiante com esse tipo de experiência. Para conseguir entender melhor o perfil dessas pessoas, Holdem e Bill procuram a psicologa Wendy Carr (Anna Torv), que passa a auxiliar o trabalho dos agentes. A Dra. Wendy cria uma espécie de formulário para ser seguido durante as entrevistas, podendo os agentes improvisarem para conseguir as informações necessárias. As entrevistas começam a ser gravadas, e, posteriormente, estudadas minuciosamente. A equipe passa então a criar perfis comportamentais desses criminosos.

O que mais encanta na série são as entrevistas com os serial killers. As conversas com Ed Kemper, Jerry Brudos (Happy Anderson) e Richard Speck (Jack Erdie) são fascinantes e perturbadoras ao mesmo tempo. Outro personagem que vale a pena destacar é Benjamin Barnwright (Joseph Cross), um dos envolvidos no assassinato de Beverly Jean. Mesmo ainda contando apenas com informações preliminares, Holden e Bill conseguem parar um assassino em série, o que acaba levantando a moral do estudo por eles desenvolvido. Com isso, o trio consegue um grande investimento para continuar realizando suas pesquisas, recebendo um maior respeito por parte do próprio FBI. O constante envolvimento com estes delinquentes acaba gerando consequências na vida do agente Holden: elas vão ficando evidentes no decorrer da série, atingindo o seu ápice no último episódio da temporada.

As subtramas de Mindhunter giram em torno da vida pessoal dos personagens Holden, Bill e Wendy. Algumas questões ficaram em aberto, como mistério envolvendo o gato e a lata de atum na lavanderia do prédio da Dra. Wendy. Pontos específicos envolvendo o relacionamento de Holden e Debbie Mitford (Hannah Gross) também não são detalhados. Além disso, a série também conta com um misterioso personagem que constantemente aparece na introdução de seus episódios, algo que provavelmente será explorado na segunda temporada.


Considerações finais
Séries policiais geram há anos grande interesse no público, o que acaba justificando a existência de uma enorme quantidade de produções com esta temática. O foco em Mindhunter não é a investigação, coleta de provas ou descobrir quem é o culpado, mas sim entender o que leva uma pessoa a cometer uma sequência de homicídios; a série da Netflix explora o lado psicológico dos criminosos.

Baseado no livro Mindhunter: O primeiro caçador de serial killers americano, escrito por John Douglas e Mark Oshalker, a série criada por Joe Penhall e produzida por David Fincher e Charlize Theron mostra os desafios encontrados pela unidade de ciência comportamental do FBI em desenvolver os primeiros estudos sobre os serial killers. Sem perseguições policiais, os dez episódios Mindhunter seguem um ritmo lento, encantando o telespectador com uma narrativa atraente, grandes atuações e uma excelente trilha sonora.

Nota
★★★★☆ - 4 - Ótimo


Veja mais sobre Mindhunter:
└ Mindhunter: entenda o mistério envolvendo o gato e a lata de atum
└ Análise da série Mindhunter (2ª temporada)

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Herbert Viana

Criador e editor do Portal E7, Herbert é advogado, amante de games e séries. Gamertag/ID: "HerbertVFV". twitter

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