Análise do filme Psicose (1960)


Dirigido por Alfred Hitchcock e lançado em 1960, Psicose (em inglês, Psycho) se tornou um dos maiores filmes de suspense da história do cinema. Depois de não ser aprovado pela Paramount, que considerou o conteúdo pesado, Hitchcock não desistiu do projeto e resolveu bancar toda a produção do filme sozinho, ficando o estúdio responsável apenas por sua distribuição. O baixo orçamento foi refletido nas imagens em preto e branco. Isso não impediu que o filme rapidamente ganhasse o público ao redor do mundo, tornando-se um dos maiores sucessos de Hitchcock.

A narrativa se inicia mostrando a vida de Marion Crane (Janet Leigh), uma secretária de imobiliária. Com o namorado Sam Loomis (John Gavin) afundado em dívidas, Marion via o seu sonho de se casar distante. As coisas mudam quando seu patrão, Tom Cassidy (Jack Albertson), lhe pede que ela fosse até o banco para guardar uma quantia de US$ 40.000,00. Ao tomar posse daquela grande quantidade de dinheiro, Marion arruma suas malas e decide fugir. Aquele dinheiro provavelmente dava para quitar as dívidas de Sam e pagar seu casamento.

Seguimos de perto todo o processo de fuga de Marion, que duas vezes fica sobre os olhares atentos de um policial, até sua chegada no Motel Bates, onde é recebida pelo simpático Norman Bates (Anthony Perkins). Norman era dono do estabelecimento e morava com sua mãe na casa ao fundo. Depois de acomodar Marion no quarto número um, Norman a convidou para ir jantar em sua casa. Tal ato deixa a senhora Bates muito brava: ela não queria saber de seu filho colocando mulheres estranhas dentro de sua casa. Com isso, Norman acaba levando um lanche para Marion se alimentar no próprio motel.

Depois de ter uma conversa com Norman, Marion decide ir para o seu quarto. Ela parece refletir sobre suas recentes ações. Chegamos então à cena mais famosa do filme (conhecida por muitos que sequer viram o filme), não só por sua importância no longa, mais também pelas várias técnicas utilizadas em sua construção. Quando Marion estava tomando banho, ela foi atacada por alguém que parecia ser a mãe de Norman. A sequência em questão possui cinquenta cortes, que induzem o espectador a entender que várias facadas foram desferidas contra ela. Ao fundo, temos a clássica música de Bernard Herrmann. Instantes depois, Norman chega ao local e encontra Marion morta no banheiro. Para evitar problemas, ele trata de se livrar do seu corpo e do carro.

A partir desse momento, o filme segue outro caminho. Estando desaparecida há três dias, o foco agora passa ser as investigações sobre o paradeiro de Marion. Sua irmã Lila (Vera Miles) e o investigador particular Arbogast (Martin Balsam), contratado por Tom, são as principais pessoas que estão atrás de Marion. Em suas investigações, Arbogast chega até o motel, interroga Norman e descobre que Marion esteve por lá. Quando Lili e Sam não recebem novas informações de Arbogast, eles decidiram procurar a polícia. Começa então os preparativos para que outra grande revelação seja feita.

A única parte do filme que merece críticas é o relato extremamente detalhado de um psicólogo na cena final. Ela serve como uma explicação sobre tudo o que foi abordado no longa, mas tal ato se torna dispensável diante de tudo o que foi mostrado na tela. De qualquer forma, ela evitar qualquer tipo de dúvidas ou teorias sobre a história para aqueles que eventualmente não compreenderam algo do que foi mostrado e não diminui em nada o filme.


Considerações finais
Hitchcock mostrou aqui porque deixou o seu nome na história do cinema: ele não precisou de um mega investimento para entregar um grande filme para o público. Psicose certamente foi muito mais impactante na época em que foi lançado, mas ainda é um excelente filme para ser assistido nos dias de hoje. Se a cena do chuveiro pode ser impactante para muitas pessoas até hoje, imagine a reação do público ao assisti-la em um cinema em 1960.

O que torna Psicose um clássico do suspense é a somatória de uma excelente direção, interpretação brilhante dos atores e um roteiro bem estruturado, repleto de reviravoltas impactantes. Matar aquela que parecia ser sua protagonista no meio do filme certamente foi uma escolha muito ousada para a época. Tendo vencido apenas um Globo de Ouro (prêmio de melhor atriz coadjuvante para Janet Leigh) e nunca tendo ganhado uma estatueta do Oscar, Psicose marcou época e foi copiado por inúmeros outros filmes nos anos seguintes.

Nota
★★★★★ - 5 - Excelente


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Herbert Viana

Criador e editor do Portal E7, Herbert é advogado, amante de games e séries. Gamertag/ID: "HerbertVFV". twitter

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